Trabalhos de quatro alunos do Câmpus São Paulo são aprovados no I Congresso Internacional de Estudos da Paisagem.
Trata-se de um evento interdisciplinar que reúne artigos de diversas áreas como arquitetura, turismo, geografia, artes e história.Os artigos foram desenvolvidos sob a supervisão da professora da área de Construção Civil do câmpus, Thais Cristina Silva de Souza.
As alunas Fabíola Ventura Traficante (Arquitetura e Urbanismo) e Karla Aparecida Albuquerque dos Santos (Licenciatura em Geografia), desenvolveram o artigo “Farofa de içá como proposta de bem imaterial do estado de São Paulo”. Ambas fazem parte do Núcleo de Estudos do Patrimônio Imaterial e Material (Nepim), grupo de pesquisa do Departamento de Construção Civil que possui pesquisas ligadas a diversos temas como patrimônio imaterial, a preservação da memória e dos bens culturais.
Fabíola destaca que a ideia da pesquisa surgiu a partir da ligação do prato com a cultura indígena, além da relação com as cidades do caminho dos tropeiros. “Desenvolvemos a pesquisa com foco na leitura de diversas obras, já que não pudemos ir realizá-la no local devido à pandemia”, contou a estudante.
A aprovação do artigo, para a aluna Karla, foi muito além da participação no congresso: “foi muito importante para mim e gratificante, pois foi com a bolsa que recebia da iniciação científica, que pude assegurar minha permanência na graduação. Além disso, sou a primeira mulher da minha família a chegar no ensino superior e ter esta oportunidade de conseguir desenvolver uma pesquisa é extremante importante e representativo”.
Na construção conjunta do artigo, foi unânime a importância da interdisciplinaridade dos conhecimentos adquiridos. Para Karla, “foi excelente, conseguimos contribuir de uma forma fantástica, cada uma trazendo um pouco da sua experiência e os olhares a partir das disciplinas cursadas, isso trouxe ainda mais riqueza para o debate e a construção da pesquisa”. Fabíola também concorda: “foi bem enriquecedor pois com dois cursos diferentes conseguimos ampliar as referências e abordar diversos tópicos na área de cada uma”.
A professora Thais ainda enfatizou: “você ter uma pesquisa com viés interdisciplinar é muito importante e nós temos um grupo de pesquisa para trazer essas discussões em âmbito mais amplo. Então, a ideia é realmente trazer alunos da geografia, da história, da antropologia, do turismo”.
Já o trabalho intitulado “Rua Lopes Chaves: Projeto de Restauro e Ampliação do Museu Casa Mário de Andrade”, sob a autoria do aluno Gabriel Borges Monteiro, estuda as relações entre a literatura, o patrimônio histórico e a São Paulo do século XX, considerando o projeto de restauro e expansão do museu e englobando o conjunto de casas geminadas vizinhas. A ideia da produção do artigo, segundo o aluno, surgiu a partir da pesquisa de trabalho de conclusão de curso que propôs um projeto de restauração do museu-casa. “A partir daí, o tema da minha pesquisa se encaixava no eixo temático ‘silêncio do patrimônio tombado’, então a professora Thais e eu trabalhamos juntos para organizar o material em artigo”, conta. Monteiro destacou ainda a importância da aprovação: “fazer parte de um congresso em que essa temática vai ser discutida sob outras perspectivas de outros pesquisadores, com visões diferentes sobre o assunto é muito importante”.
Outros dois artigos foram construídos a partir de trabalhos de conclusão de curso dos alunos de Arquitetura e Urbanismo. “Patrimônio industrial: uma proposta de retrofit para o Moinho Matarazzo e a Tecelagem Mariângela” foi desenvolvido pela aluna Carolina Borges Lisbão. A estudante conta que o objetivo central do trabalho era reconstituir a memória do patrimônio industrial de São Paulo por meio do Moinho Matarazzo e da Tecelagem Mariângela, pensando na sua relevância na transformação social, arquitetônica e urbana gerada pela economia industrial na virada do século XIX. “Outro aspecto que tratamos foi o restauro das edificações, como forma de enaltecer seu legado na história de constituição da cidade de São Paulo como um marco nacional”, conta. Carolina destacou que a proposta de criar um artigo e submetê-lo a um congresso foi uma oportunidade muito rica para de explorar diferentes pontos de vista e reflexões sobre o restauro: “me senti muito honrada de poder integrar um fórum tão diverso sobre patrimônio e assistir de perto pesquisadores contarem suas descobertas. Eu parto do princípio de que todos os eventos que se dispõem a propagação da pesquisa acadêmica e diálogo de narrativas são de grande valor na nossa sociedade, tanto para aqueles que trazem à tona seu repertório, quanto ao público que passa a construir esse conhecimento coletivo a partir da descoberta. É uma alegria poder trazer minha contribuição nessa roda viva”, finaliza.
Além deles, o quarto trabalho aceito para o congresso foi desenvolvido pela aluna Larissa Fernandes de Morais, a partir de um trabalho sobre a Companhia Antárctica realizado nas disciplinas de técnicas retrospectivas (restauro) e projeto. “Entendemos que seria enriquecedor continuar desenvolvendo este tema”, conta a aluna. A pesquisa teve como objetivo apresentar um histórico da antiga fábrica da Cervejaria Antártica, tombada em 2016 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo. Para Larissa, “ter sido aprovada foi um indicativo de que o assunto é relevante, o que foi bastante animador para continuar estudando o assunto”.
Para conferir os resumos dos trabalhos aceitos, acesse o caderno de resumos.
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